COMPREENDENDO A MORDOMIA


COMPREENDENDO A MORDOMIA
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Texto: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” ‭(‭Sl‬ ‭24.1 ARC).


“Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam.” ‭(‭Sl‬ ‭24.1‬ ‭ARA‬)


Introdução



Esse texto nos revela que tudo pertence ao Senhor: a terra, a sua plenitude/totalidade, o mundo(Cosmos) e todos nós. A propósito, somos de Deus duplamente: por direito de criação e por direito de redenção. Somos de Deus porque foi Ele quem nos criou, e foi Ele também, que pagou o preço da nossa libertação. Portanto, tudo o que temos e o que somos pertence ao Senhor. Sendo assim, devemos viver como bons mordomos, cuidando bem do que é de Deus. O dicionário Aurélio define “mordomo” como “o servo encarregado da administração duma casa”. É alguém que cuida do que não é seu. Jesus usou o conceito de mordomia, aplicando-o a nós:


“Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim (servindo com fidelidade e prudência). Verdadeiramente vos digo que lhe confiará todos os seus bens. Mas se aquele servo disser consigo mesmo: Meu senhor tarda em vir, e passar a espancar os criados e as criadas, a comer, a beber, e a embriagar-se, virá o senhor daquele servo em dia que não o espera, e em hora que não sabe, e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os infiéis.”
(Lc 12.42-46)


Você têm sido um mordomo fiel e prudente?


I - PRATICANDO A BOA MORDOMIA.



A mordomia inclui o aspecto material e financeiro, uma vez que os nossos bens e os nossos recursos são de Deus.


Sinto muito decepcioná-lo, mas a linda casa que você têm, não é sua, é do Senhor. O carro que você cuida com tanto carinho, não é seu, é de Deus. O dinheiro que está depositado na sua conta, não é seu, é do Senhor. Nós somos apenas depositário do Altíssimo e prestaremos contas do que fizermos com o que Ele nos confiou.


A nossa vida, família, casa, bens, tempo, dinheiro, dons... pertence a Deus, e devemos cuidar como algo que Ele nos confiou. Como você têm administrado o que o Senhor te confiou? Pare e reflita!


Eu sei que uma parte dos nossos recursos volta para Deus na forma de contribuições (dízimos, ofertas e primícias), mas o restante não deixa de pertencer a Ele e deve ser bem administrado.


Me permita prestar alguns esclarecimentos sobre essas três formas de contribuições:


Dízimo



A palavra dízimo vem de dizima que significa a décima parte, logo, o dízimo é 10% de todo o seu ganho, da sua renda. É do bruto ou do líquido? Do bruto, lógico. O dízimo é intocável e inegociável; não é nosso, é do Senhor (Lv 27.30). Quem retém o dízimo é chamado por Deus de ladrão, e atrai para si maldição (Ml 3.8-9). Portanto, quando você não entrega o dízimo, está metendo a mão naquilo que é de Deus. O dízimo é a expressão da nossa fé. Somente aquele que confia no Senhor é que se torna um dizimista. Quem não crê não entrega o dízimo. Não se deve usar o dízimo para quitar qualquer outro compromisso. Quem faz isso fica inadimplente com o Senhor e abre brechas para a ação dos gafanhotos do inferno (Jl 2.25). Deve regularizar sua situação o mais rápido possível acrescentando 1/5, ou seja, 20% conforme Levítico 27.30-31. Vale lembrar que só o dízimo nos protege de um terrível principado chamado devorador e somente Deus pode repreendê-lo (Ml 3.11). Não é oração e nem jejum, mas a atitude de devolver o dízimo, que vai afastar esse principado da sua vida. O Senhor determinou um lugar para se entregar o dízimo: a Casa do Tesouro, que no Velho Testamento era o templo, e no Novo Testamento é a Igreja. Jesus ratificou o princípio do dízimo, na nova aliança, em Mateus 23.23. O dízimo respalda a nossa fidelidade. Sei que a fidelidade de uma pessoa não pode ser medida apenas pelo aspecto financeiro, mas é um bom termômetro.


Oferta



Se no dízimo existe um valor determinado por Deus a ser dado, na oferta nós damos o quanto queremos. Ela é a expressão da nossa generosidade e voluntariedade. Contudo, nossas ofertas estão sujeitas a "Lei da semeadura", elas atraem uma colheita proporcional aquilo que foi semeado. Está escrito: "Aquele que semeia pouco, pouco ceifará; e aquele que semeia com fartura, com fartura também ceifará" (2 Co 9.6). E aquele que não semeia, não está apto a colher. Te pergunto: Quanto você quer colher? Muito ou pouco? A oferta respalda a nossa prosperidade. Lembrando que existem diferentes níveis de oferta: ouro, prata, bronze, madeira, linho... (Êx 25.3-7) Quando ofertamos abaixo do nosso nível, Deus entende que queremos ser rebaixados. Quando ofertamos acima do nosso nível, Ele entende que já pode nos promover. O Senhor nos adverte que não devemos comparecer diante dele com as nossas mãos vazias (Êx 23.15).


Primícias


As Primícias são os primeiros frutos, a prioridade que honra ao Senhor (Pv 3.9). Ela deve ser dada ao sacerdote (Dt 18.4). Esse princípio foi praticado por Abel antes de existir a Lei (Gn 4.4). A primícia foi o diferencial da oferta de Abel que agradou o Senhor. A primícia não é o dízimo, são diferentes um do outro e ambos são ordenanças de Deus (2 Cr 31.4-5). Primícia, dízimo e oferta são contribuições diferentes (Ne 12.44). Dar as primícias não é um princípio praticado somente na velha aliança. Esse princípio também era praticado na nova aliança. O Apóstolo Paulo diz que as primícias santifica/abençoa toda a produção/salário (Rm 11.16). Se as primícias são santas, separadas para Deus, logo, todo o restante se torna abençoado, rende mais, fica livre de maldição. As primícias atraem as bênçãos sobre o nosso lar (Ez 44.30). A primícia não é um modismo do presente século, mas uma ordenança bíblica aos judeus e à Igreja. Até hoje os judeus são extremamente fiéis a esse princípio entregando as primícias nas mãos do rabino, o sacerdote. Como eu calculo as primícias? Você pega o seu salário e divide por 30. O valor de um dia de trabalho é a sua primícia. As primícias respaldam a honra e a santidade.


Resumindo, a semente do dízimo é a fé e ele repreende o principado do Devorador. A semente da oferta é a prosperidade e ela determina o tamanho da minha colheita. A semente das primícias é a honra e a santidade, ela honra ao Senhor e santifica a minha renda e atrai as bênçãos sobre o meu lar.


A contribuição é só um pequeno aspecto da mordomia.


O melhor lugar para se plantar é no Reino de Deus. Colhemos a cem por um!


Honrar ao Senhor com os nossos bens faz parte da boa mordomia. Deus nos confia o que é d’Ele e ainda nos dá a liberdade de usufruirmos o que nos foi confiado:


“E, chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu venha.” (Lc 19.13)


No entanto, o fato de Ele nos deixar a escolha e a decisão do que faremos com o que Ele nos concede não significa que não haja uma forma correta de administrarmos o que é d’Ele.


II - O QUE O SENHOR ESPERA DE SEUS MORDOMOS?


Jesus espera fidelidade dos seus mordomos.


“Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; quem é injusto no pouco, também é injusto no muito.” (Lc 16.10)


Observe que Jesus não se refere apenas à honestidade, mas também à fidelidade. Isto significa que o bom mordomo não é só o que não rouba ou não lesa o seu senhor, mas o que se mantém no propósito que lhe foi confiado, obedecendo os comandos e as instruções que foram dadas!


“Que os homens nos considerem, pois, como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer nos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel.” (1 Co 4.1-2)


A mordomia não envolve somente a administração correta dos nossos bens, mas também dos dons e ministérios que o Senhor confiou a cada um de nós:


“Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.”
(1 Pe 4.10)


Porém, a nossa relação com o nosso dinheiro e bens materiais é um excelente termômetro da atitude do nosso coração com relação à mordomia de forma geral.


III - A PRESTAÇÃO DE CONTAS


Cristo também nos ensinou que a mordomia é um cuidado temporário do que pertence a uma outra pessoa e que o verdadeiro dono exigirá uma prestação de contas da administração depois.


“E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isso que ouço de ti? Presta contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.” (Lc 16.1,2)


Temos exemplos bíblicos de uma boa mordomia sendo louvada e também de uma má mordomia sendo punida. Ninguém pode fugir da prestação de contas. Vemos isto nos exemplos que Jesus deu na Parábola das Dez Minas e na Parábola dos Talentos:


“E aconteceu que, voltando ele, depois de ter tomado o reino, disse que lhe chamassem aqueles servos a quem tinha dado o dinheiro, para saber o que cada um tinha ganhado, negociando.” (Lc 19.15)


“E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles.” (Mt 25.19)


Na Carta aos Hebreus, fica evidente que a prestação de contas é para todos, e que nada passará despercebido aos olhos de Deus:


“E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.”
(Hb 4.13)


Conclusão



A chamada de Deus para nós hoje é que sejamos mordomos fiéis.


PR. CÉSAR BRAGA

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