Texto base:
"Esta é a lista dos homens da província que Nabucodonosor, rei da Babilônia, tinha levado prisioneiros para a Babilônia. Eles voltaram para Jerusalém e Judá, cada um para a sua própria cidade. Vieram na companhia de Zorobabel, Jesua, Neemias, Seraías, Reelaías, Mardoqueu, Bilsã, Mispar, Bigvai, Reum e Baaná..." (Еsdras 2:1-2 NVI).
"Foi no tempo de Xerxes, que reinou sobre cento e vinte e sete províncias, desde a Índia até a Etiópia. Naquela época o rei Xerxes reinava em seu trono na cidadela de Susã e, no terceiro ano do seu reinado, deu um banquete a todos os seus nobres e oficiais. Estavam presentes os líderes militares da Pérsia e da Média, os príncipes e os nobres das províncias. Durante cento e oitenta dias ele mostrou a enorme riqueza de seu reino e o esplendor e a glória de sua majestade. Terminados esses dias, o rei deu um banquete no jardim interno do palácio, de sete dias, para todo o povo que estava na cidadela de Susã, do mais rico ao mais pobre.
No sétimo dia, quando o rei Xerxes já estava alegre por causa do vinho, ordenou aos sete oficiais que o serviam—Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e Carcas— que trouxessem à sua presença a rainha Vasti, usando a coroa real. Ele queria mostrar aos seus súditos e aos nobres a beleza dela, pois era de fato muito bonita. Quando, porém, os oficiais transmitiram a ordem do rei à rainha Vasti, esta se recusou a ir, e o rei ficou furioso e indignado". (Еster 1:1-5, 10-12 NVI).
"Nesse tempo vivia na cidadela de Susã um judeu chamado Mardoqueu, da tribo de Benjamim, filho de Jair, neto de Simei e bisneto de Quis. Ele fora levado de Jerusalém para o exílio por Nabucodonosor, rei da Babilônia, entre os que foram levados prisioneiros com Joaquim, rei de Judá. Mardoqueu tinha uma prima chamada Hadassa, que havia sido criada por ele, por não ter pai nem mãe. Essa moça, também conhecida como Ester, era atraente e muito bonita, e Mardoqueu a havia tomado como filha quando o pai e a mãe dela morreram". (Еster 2:5-7 NVI).
INTRODUÇÃO
Mardoqueu viveu em um tempo no qual o povo de Israel estava exilado durante o reinado do rei persa, Assuero (ou Xerxes, no idioma persa). A sua história é retratada no livro de Ester, cuja autoria é atribuída a Mardoqueu por vários estudiosos, já que ele é a personagem principal e o guardião de todos os fatos relevantes envolvidos.
TRANSIÇÃO
Ester foi considerada heroína na história do povo de Israel. Porém houve um grande herói por trás de cada um dos atos dela, a respeito do qual falaremos agora, a saber, Mardoqueu, que apresentava características que precisamos ter para sermos grandes heróis da fé em nossa geração.
1- AGIR PELA COMPAIXÃO:
Mardoqueu era primo de Ester, a qual era órfã de pai e mãe, e cuidou dela como se fosse sua filha, mentoreando-a (Et. 2.7). Vale ressaltar que naquele momento não havia Previdência Social para garantir uma boa pensão à jovem. Muitas vezes os órfãos ficavam abandonados, a mercê da própria sorte, e Mardoqueu decidiu tomá-la por filha.
"Mardoqueu tinha uma prima chamada Hadassa, que havia sido criada por ele, por não ter pai nem mãe. Essa moça, também conhecida como Ester, era atraente e muito bonita, e Mardoqueu a havia tomado como filha quando o pai e a mãe dela morreram". (Еster 2:7 NVI).
• É próprio dos heróis agir por compaixão, pensando exclusivamente no bem do próximo. Mardoqueu cuidou de Ester como se fosse sua filha talvez por compaixão aos seus tios, pais da menina, e, certamente, compadecido com a situação da criança. Ele não imaginava, mas estava criando a futura rainha da maior potência econômica mundial da época, e que se tornou a heroína do povo de Israel. Sem Mardoqueu para ensiná-la Ester jamais teria chegado a assumir tal posição de honra. Isso nos revela que atos de compaixão podem ser sementes para gerar pessoas nobres.
Nesse contexto é importante considerar que Deus age por compaixão, misericórdia e amor, pois Ele é amor.
Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. (1 João 4:16 NVI).
• A orfandade de Ester foi a oportunidade que Deus deu a Mardoqueu de exercitar o amor. Com efeito, as necessidades dos que estão ao nosso redor são, muitas vezes, a oportunidade de exercermos o amor verdadeiro, a saber, o amor de Deus, que vem Dele, é vivido Nele e é para a glória Dele.
◦ Talvez Deus esteja colocando discípulos, amigos, familiares ou outras pessoas carentes, abandonadas e necessitadas perto de nós, e se demonstrarmos o amor do Senhor a essas pessoas, quem sabe onde Deus as levará no futuro?
◦ O que temos feito em prol das outras pessoas? Nossas atitudes têm mostrado amor por Deus e pelas vidas?
◦ Se pudéssemos vislumbrar o futuro, certamente agiríamos de forma diferente. Contudo, se vivermos e exercermos o verdadeiro amor no tempo presente, Deus provará sua bondade e fidelidade a nós, em nós e através de nós.
2- TORNAR-SE MENTOR:
Segundo o Dicionário Houaiss, da Língua Portuguesa, mentor significa "guia, orientador ou conselheiro, autor intelectual; responsável pela idealização ou pelo planejamento de alguma coisa, para cuja execução influencia o comportamento de outrem".
• O guia não apenas aponta o caminho, mas conduz o seu orientado pelo caminho, e Jesus é o caminho, a verdade e a vida (João 14.6). Deus deseja nos dar sabedoria e conhecimento de tal forma que nos tornemos mentores desta geração e que os planos que Ele colocar em nossa mente, quando executados, mudem radicalmente a história de muitas pessoas. Ser mentor é ter a oportunidade de fazer uma revolução!
• Vale, ainda, considerar que maior honra do que a do atleta que conquista uma medalha em um Pan-Americano ou em Jogos Olímpicos é a honra daquele que o treinou, e assim também maior será a nossa honra se, além de cuidarmos daqueles que o Senhor puser ao nosso redor, nos fizermos seus guias, ou seja, os ensinarmos pelo modelo de nossa vida, como fez Mardoqueu.
Mesmo depois de se tornar rainha, Ester continuava obedecendo às ordens de seu primo, que a criara (Et. 2:20). Deus quer usar a minha vida assim como usou Mardoqueu, isto é, como instrumento para orientar e conduzir pessoas santas aos lugares de governo desta Terra. Já repousa sobre a nós a unção para formarmos reis e rainhas! Aleluia!
3- PERMANECER DE PÉ:
Enquanto Ester era a rainha, as Escrituras relatam que o rei Assuero engrandeceu um homem chamado Hamã (Et. 3:1), perante o qual todos deveriam se inclinar e se prostrar. Contudo, Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava diante de Hamã, razão pela qual este passou a odiá-lo e a querer destruir não somente ele, mas também todos os judeus (Et. 3:1-5).
"Depois desses acontecimentos, o rei Xerxes honrou Hamã, filho de Hamedata, descendente de Agague, promovendo-o e dando-lhe uma posição mais elevada do que a de todos os demais nobres. Todos os oficiais do palácio real curvavam-se e prostravam-se diante de Hamã, conforme as ordens do rei. Mardoqueu, porém, não se curvava nem se prostrava diante dele. Então os oficiais do palácio real perguntaram a Mardoqueu: “Por que você desobedece à ordem do rei?” Dia após dia eles lhe falavam, mas ele não lhes dava atenção e dizia que era judeu. Então contaram tudo a Hamã para ver se o comportamento de Mardoqueu seria tolerado. Quando Hamã viu que Mardoqueu não se curvava nem se prostrava, ficou muito irado". (Еster 3:1-5 NVI).
Nos tempos atuais, satanás tem sido colocado como príncipe deste mundo, e o que ele mais deseja é que o adoremos. Mas qual deve ser a nossa postura diante dele? PERMANECER DE PÉ, não nos inclinar nem nos prostrar diante da sua “glória”, mesmo sabendo que todas as pessoas ao nosso redor o fazem. Se apenas você, sozinho – eu não falei você e seus discípulos ou sua igreja, eu falei “apenas você” – decidir não se prostrar diante do diabo, isso já estará causando grande terror no inferno (imagine o que acontecerá se você decidir influenciar toda a sua família e seus amigos e adestrá-los como líderes inegociáveis no que diz respeito à santidade!). A ordem é esta: permaneça de pé, não se incline perante as tentações deste mundo e nem perante os problemas!
Contudo, é necessário sabermos que seremos perseguidos por andarmos de encontro aos padrões da sociedade (Jo. 15:18-19).
“Se o mundo os odeia, tenham em mente que antes me odiou. Se vocês pertencessem ao mundo, ele os amaria como se fossem dele. Todavia, vocês não são do mundo, mas eu os escolhi, tirando-os do mundo; por isso o mundo os odeia". (João 15:18-19 NVI).
Desde o momento que Hamã viu a atitude de Mardoqueu (permanecer de pé) ele passou a planejar o aniquilamento dos judeus, e marcou uma data em que o genocídio deveria ocorrer (Et. 3:7-15).
"No primeiro mês do décimo segundo ano do reinado do rei Xerxes, no mês de nisã, lançaram o pur, isto é, a sorte, na presença de Hamã a fim de escolher um dia e um mês para executar o plano. E foi sorteado o décimo segundo mês, o mês de adar. Então Hamã disse ao rei Xerxes: “Existe certo povo disperso e espalhado entre os povos de todas as províncias do teu império, cujos costumes são diferentes dos de todos os outros povos e que não obedecem às leis do rei; não convém ao rei tolerá-los. Se for do agrado do rei, que se decrete a destruição deles, e eu colocarei trezentas e cinquenta toneladas de prata na tesouraria real à disposição para que se execute esse trabalho”. Em vista disso, o rei tirou seu anel-selo do dedo, deu-o a Hamã, o inimigo dos judeus, filho de Hamedata, descendente de Agague, e lhe disse: “Fique com a prata e faça com o povo o que você achar melhor”. Assim, no décimo terceiro dia do primeiro mês, os secretários do rei foram convocados. Hamã ordenou que escrevessem cartas na língua e na escrita de cada povo aos sátrapas do rei, aos governadores das várias províncias e aos chefes de cada povo. Tudo foi escrito em nome do rei Xerxes e selado com o seu anel. As cartas foram enviadas por mensageiros a todas as províncias do império com a ordem de exterminar e aniquilar completamente todos os judeus, jovens e idosos, mulheres e crianças, num único dia, o décimo terceiro dia do décimo segundo mês, o mês de adar, e de saquear os seus bens. Uma cópia do decreto deveria ser publicada como lei em cada província e levada ao conhecimento do povo de cada nação, a fim de que estivessem prontos para aquele dia. Por ordem do rei, os mensageiros saíram às pressas, e o decreto foi publicado na cidadela de Susã. O rei e Hamã assentaram-se para beber, mas a cidade de Susã estava em confusão. (Еster 3:7-15 NVI).
CONCLUSÃO – Parte 1
Deus deseja encher nosso coração de amor, compaixão e sabedoria para nos tornarmos mentores desta geração. Ele nos capacitará com ousadia para permanecermos de pé diante das ofertas de pecado e das afrontas do inimigo, e nos tornará verdadeiros heróis da fé! Que tenhamos a capacidade de conduzirmos uma multidão ao caminho, que é Cristo!
Cássio Braga e Braga
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