A VERDADEIRA PÁSCOA


A VERDADEIRA PÁSCOA

Texto: Ex 12:1-14    >> BAIXE QUI! <<


Introdução


I) A Páscoa do Mundo


A Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes do nosso calendário. Atualmente, tornou-se uma data tão comercial, que poucos lembram ou conhecem seu verdadeiro significado bíblico e que remonta a aproximadamente 1.445 anos antes de Cristo. Em nossos dias essa data, na maioria das vezes, é lembrada pelas famílias, inclusive cristãs, apenas pela distribuição de presentes, coelhos e ovos de chocolate.


Como surgiram esses símbolos?


a) Coelho - Historiadores retratam o surgimento do coelho como símbolo de fertilidade a partir de festividades praticadas anualmente pelos egípcios no início da primavera, que utilizavam o animal como representação de renovação e início de uma nova vida pois geram grandes ninhadas.


Ao longo da história observamos que o coelho passou a ocupar o status de símbolo máximo na festa da Páscoa, em detrimento daquele que deveria estar no centro das atenções, Jesus Cristo, o CORDEIRO de Deus. Vale lembrar que o coelho era tido como animal impuro no Antigo Testamento bíblico. (Lv 11:5)


Em união com o mito dos Ovos de Páscoa, o Coelho da Páscoa representa a renovação de uma vida que trará boas novas e melhores dias, segundo as tradições.


b) Ovos de chocolate - Já os ovos começaram a ser dados como presentes pelos persas e egípcios. Os primeiros acreditavam que a terra teria saído de um ovo gigante, e os egípcios costumavam tingir os ovos com cores primaveris, acreditando que isso transmitiria boa sorte.


Os cristãos católicos da Mesopotâmia foram os primeiros a usar ovos coloridos especificamente na Páscoa. À figura do coelho juntou-se o ovo que, segundo os católicos, é símbolo da própria vida. Declaram que: "Embora aparentemente morto, o ovo contém uma vida que surge repentinamente; e este é o sentido para a Páscoa, após a morte, vem a ressurreição e a vida." A Igreja Católica no século XVIII, adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo. Assim foi santificado um uso originalmente pagão, e pilhas de ovos coloridos começaram a ser benzidos antes de sua distribuição aos fiéis.


O moderno ovo de páscoa apareceu por volta de 1828, quando a indústria de chocolate começou a desenvolver-se. Ainda hoje se tem o hábito de presentear os amigos com ovos, na Páscoa. Não mais ovos de galinha, mas de chocolate. A idéia principal ressurreição, renovação da vida foi perdida de vista, mas os chocolates não.


c) Peixe - Foi um símbolo adotado pelos primeiros cristãos. Em grego, a palavra peixe era um símbolo da confissão da fé, e significava: "Jesus Cristo, filho de Deus e Salvador." O costume de comer peixe na sexta-feira santa, está associado ao fato de Jesus ter repartido este alimento entre o povo faminto bem como a tradição de não se comer carne com sangue derramado por Cristo em nosso favor.


Mais tarde, a própria Igreja Romana foi introduzindo outros elementos simbólicos que nada tinham a ver com as origens bíblicas da celebração da Páscoa (Ex: Velas, que passou a significar “Cristo, a luz dos povos”).


II) A Páscoa Judaica/Bíblica


A leitura do livro de Êxodo capítulo 12, nos mostra a verdadeira origem e o significado dessa festa tão importante no calendário judaico e cristão.


O Senhor havia falado a Abraão (Gn 15:13-16), dizendo que sua descendência seria peregrina vivendo sob a servidão e aflição. A peregrinação no Egito começou com a descida de Jacó e seus filhos, cerca de setenta pessoas (Gn 46:27). José, um dos filhos de Jacó, tornou-se governador do Egito, e durante o seu governo os hebreus não sofreram nenhum tipo de agravo ou sofrimento. Mas, "depois do falecimento de José e de seus irmãos e de toda aquela geração; levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José" (Ex 1:6,8). A partir de então os egípcios começaram a afligir os israelitas, e a tratá-los com dureza. Quando os sofrimentos estavam sendo insuportáveis, os filhos de Israel clamaram ao seu Deus, que os ouviu e interveio por causa de sua servidão (Ex 2:23-25).


Para resgatá-los da escravidão, o Senhor suscitou um libertador, Moisés, que transmitiu a ordem divina à Faraó: “Deixa ir o meu povo”. Como o rei rejeitou a ordem do Senhor, este enviou sobre a terra do Egito dez pragas, com o objetivo de quebrantar-lhe o coração e também conscientiza-lo da seriedade dessa ordem.


Chegou a hora da décima e última praga, aquela que não deixaria aos egípcios nenhuma alternativa senão a de lançar fora os israelitas. Deus enviou um anjo destruidor através da terra do Egito para eliminar “(...) todos os primogênitos, desde homens até animais (...)” (Ex 12:12). Visto que os israelitas também habitavam no Egito, como poderiam escapar do anjo destruidor?


O Senhor emitiu uma ordem específica ao seu povo; a obediência a essa ordem traria proteção divina a cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família deveria tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrificá-lo; famílias menores poderiam repartir um único cordeiro entre si (Ex 12:4).


O mais importante viria a seguir: Parte do sangue do cordeiro sacrificado deveria ser aspergido nas duas ombreiras(partes verticais) e na verga(parte horizontal) da porta de cada casa. Quando o anjo destruidor fosse enviado àquela terra, ele apenas “passaria por cima” das casas marcadas com o sangue, sem tocar mortalmente nos primogênitos. Daí o termo Páscoa, do hebraico “pesah”, que significa “passar ou saltar por cima”, “pular além da marca”, dando a idéia de poupar, de proteger (Ex 12:13).

Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da condenação à morte. O Senhor ordenou o sinal do sangue para ensinar ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue,   mostrando profeticamente o que aconteceria centenas de anos mais tarde, quando Jesus, o Cordeiro de Deus, derramaria o seu sangue na cruz do calvário para redimir e libertar o mundo do poder do pecado (Jo 1:29).


Naquela noite específica, além de marcar as casas com o sangue, os israelitas deveriam também comer ervas amargas e pães asmos (sem fermento). As ervas amargas representariam os anos de sofrimento que o povo havia passado no Egito como escravos, enquanto que o pão asmo lembrava que na noite da Páscoa no Egito, eles comeram às pressas e o pão não teve tempo de fermentar. O pão sem fermento representava o próprio Jesus, o pão vivo que haveria de descer do céu (Jo 6:48,51,58) sem o fermento do pecado. Além disso, os israelitas deveriam estar vestidos e preparados para partir apressadamente (Ex 12:11), pois esta seria a noite de sua libertação da escravidão do Egito. Portanto a Páscoa foi instituída na noite em que ocorreu o êxodo do Egito.


Tudo aconteceu conforme o Senhor dissera e a partir daí, o povo de Israel passou a celebrar a Páscoa como uma festa perpétua, um memorial, todos os anos na primavera. (Ex 12:29-36)


III) A Páscoa Cristã


A festa cristã da Páscoa tem origem na festa judaica, mas tem um significado diferente. Enquanto para o Judaísmo, a Páscoa representa a libertação do povo de Israel do Egito, no Cristianismo a Páscoa representa a morte e ressurreição de Jesus (que aconteceu na Páscoa) e de que a Páscoa Judaica é considerada prefiguração, pois em ambos os casos se celebra uma “libertação do povo de Deus”, a sua passagem da escravidão (do Egito/do pecado) para a liberdade.


Portanto, o simbolismo da Páscoa é parte da mensagem no Novo Testamento, e toda a obra da Cruz se baseia no evento da Páscoa Judaica. Jesus não apenas foi morto durante a Páscoa, mas Ele simboliza o próprio CORDEIRO pascal (I Co 5:8), que TIRA o pecado do mundo (Jo 1:29) e cujo sangue nos liberta, nos resgata da escravidão do pecado e nos SELA como Seus filhos, longe da escravidão do Egito (mundo) e da tirania de faraó (Satanás). Nele (Jesus), somos feitos NOVAS CRIATURAS sem o fermento da malícia e da maldade. Como podemos ver, não se pode entender a obra da cruz sem o conhecimento dessa que é a mais simbólica das Festas de Deus. Páscoa fala de nossa LIBERTAÇÃO para servirmos a Deus.


Celebremos então a liberdade conquistada por Jesus Cristo na cruz para todos nós!


Conclusão


Como devemos agir com nossos filhos? Como podemos nos posicionar contra um valor, muitas vezes alimentado pela nossa sociedade, que não tem nada a ver com os valores cristãos?


Amados, se temos a consciência de que ovos e coelhos de chocolate nada têm a ver com a celebração da Páscoa, como homens e mulheres de Deus temos que nos posicionar incutindo a verdade nos corações dos nossos filhos. É claro que precisamos agir com sabedoria com aqueles que não conhecem a Palavra de Deus, que em momentos assim presenteiam os nossos filhos, com a melhor das intenções.


Se necessário for, dê a eles uma barra de chocolate para que saciem sua vontade. Uma coisa é ganharmos algo dado com carinho por alguém que não possui o entendimento bíblico e outra é nós mesmos nos tornarmos cúmplices e propagadores de uma mentira como se fosse verdade, vivendo uma vida de faz-de-conta!


“Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos e inteligentes em sua própria opinião!” (Is 5:20,21)


É muito importante que os nossos filhos entendam desde pequenos que nós fizemos uma opção de não vivermos uma vida apenas de “aparências” e que esse estilo de vida tem um preço. É hora de assumirmos nosso papel de pais não deixando escapar cada oportunidade. É hora de ensiná-los que a mentira dos “ovos de chocolate e dos coelhos peludos” de páscoa, tão difundida pela mídia consumista e materialista, precisa ser combatida por aqueles que não desejam negociar o inegociável, nem baixar os seus padrões bíblicos.


PR. CÉSAR BRAGA

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