Promessas da nova aliança



Promessas da nova aliança

Texto: Hb 8.8-12    >> BAIXE AQUI <<

Quando Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, ele planejava ter relacionamento com a humanidade. E assim aconteceu. Diariamente, na viração do dia, o Senhor visitava Adão e Eva no jardim do Éden e tinha comunhão com eles. Todavia, quando o pecado entrou no mundo, o homem ficou separado de Deus, morreu.


Mas o Senhor não se contentou com essa situação. Ele escolheu Israel e fez uma aliança com esse povo no deserto do Sinai, por intermédio de Moisés. O objetivo era que Israel fosse povo de Deus, reino sacerdotal e nação santa, desde que os israelitas obedecessem à Lei divina (Êx 19.1-6; 24.7,8).


(v. 9) A primeira aliança não foi cumprida por Israel e o Senhor deixou o povo sofrer a consequência de seus atos pecaminosos. Mesmo assim, Deus decidiu fazer uma nova aliança, diferente, que fosse capaz de transformar a natureza caída do homem e levá-lo outra vez para perto do Criador.


A nova aliança é superior à antiga e foi firmada por meio de Jesus, que derramou o seu sangue na cruz do Calvário. Jesus é o Mediador desta aliança superior, que é fundamentada em superiores promessas.


(v. 10) Qual é a promessa da nova aliança? Jr 31.31-34, texto citado pelo autor de Hebreus, traz as maravilhosas promessas da nova aliança:


a) “[…] na sua mente imprimirei minhas leis”: O Senhor colocará sua Palavra em nosso intelecto, em nossos pensamentos. Na antiga aliança, semanalmente o povo se reunia para ler a Torah, mas os pensamentos continuavam maus, o homem continuava tendencioso a pecar. Mesmo conhecendo os mandamentos, o homem apenas cogitava das coisas da carne (Rm 8.5). Porém, na nova aliança, a Palavra está inserida na nossa mente e o Espírito Santo sempre nos guia a toda a verdade (Jo 16.13). Ele nos faz compreender as profundas verdades do Reino de Deus e passamos a ter a mente de Cristo (I Co 2.12-16).


b) “[…] também sobre o seu coração as inscreverei”: A Palavra de Deus é escrita nos nossos corações, e não apenas no nosso intelecto, de modo que podemos obedecer às leis de Deus. Antes da nova aliança, o homem vivia o dilema que Paulo retrata em Rm 7.7-25. A Lei dizia o que era errado, mas as nossas condutas eram pecaminosas, embora conhecêssemos a verdade e desejássemos fazer o que é correto. Por isso, Hb 9.19 fala que a Lei nunca tornou ninguém realmente justo.
Na antiga aliança, os mandamentos foram escritos pelo dedo de Deus em tábuas de pedra, que foram dadas a Moisés (Êx 31.18; 34.1). Aquelas pedras tornaram-se as tábuas do testemunho, pois nelas estavam escritas as leis de Deus.
Todavia, a promessa da nova aliança é muito maior, pois o Senhor escreve a sua Palavra em nossos corações, tanto que o apóstolo Paulo diz: “Porém, que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração, isto é, a palavra da é que pregamos” (Rm 10.8). Por causa disso, tornamo-nos cartas de Cristo: “porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração” (II Co 3.3).


c) “[…] e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”: Quando o povo de Israel estava no deserto, o Senhor disse: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êx 19.5,6).
O Senhor escolheu Israel como o seu povo e desejava ser o Deus de Israel (Lv 26.12,13). Porém, Israel não foi fiel e constantemente caiu na idolatria. Rapidamente o povo se desviou e adorou um bezerro de ouro (Êx 32).
Diante disso, o Senhor instituiu uma nova aliança e renovou a promessa (Jr 32.38). Ele decidiu fazer de nós, judeus e gentios, seu povo por meio da cruz. Esse é o mistério que foi revelado, a união de judeus e gentios em um só corpo, uma só família (Ef 2.11-19). Vale observar que, quando surgirem novo céu e nova terra e a nova Jerusalém descer da parte de Deus ataviada, desfrutaremos plenamente da alegria de ser povo de Deus: “Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles” (Ap 21.3).


d) “E não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior”: Na antiga aliança, o Senhor se revelou a Israel como YHWH, Eu Sou o que Sou (Êx 3.14). Também o Senhor desceu sobre o monte Sinai à vista de todo o povo, o que é retratado em Êx 19.10-19. Mais tarde, Moisés, Arão, Nadabe, Abiú e setenta dos anciãos de Israel viram o Deus de Israel em sua glória e experimentaram o poder do Senhor (Êx 24.9-11). Sem dúvida, foram experiências tremendas que o povo vivenciou.
Todavia, o conhecimento de Deus era limitado no contexto da antiga aliança.
Com efeito, não há melhor maneira para conhecer alguém do que ter um relacionamento íntimo. E na antiga aliança apenas o sumo sacerdote poderia entrar, uma vez por ano, no Santo dos Santos, o local onde estava a arca da aliança, que simbolizava a presença de Deus no meio do seu povo. Embora a Lei e a própria criação revelassem o caráter santo de Deus, não era livre o acesso à presença do Senhor e isso prejudicava o relacionamento com o Criador.
Porém, quando o sangue precioso de Cristo foi derramado na cruz, inaugurando a nova aliança, um fato extraordinário aconteceu: o véu do templo se rasgou e passamos a ter livre acesso à presença de Deus por meio do novo e vivo caminho, Jesus (Hb 10.20; Mc 15.38).
Além de tudo, temos o Espírito Santo, que conhece as profundezas de Deus Pai e as revela a nós. Não somos mais homens carnais; somos espirituais por causa do Espírito que em nós habita e efetivamente possuímos a mente de Cristo (I Co 2).
Mesmo assim, ainda conhecemos o Senhor apenas em parte. Entretanto, quando formos aperfeiçoados, isto é, quando recebermos um corpo glorificado, então conheceremos o Senhor como somos por ele conhecidos. Neste dia, todos conhecerão a Deus, do menor ao maior.
Isso está retratado em I Co 13.9-12: “Porquanto agora sabemos muito pouco, mesmo com nossos dons; e a profecia dos mais dotados é imperfeita. Entretanto, quando tivermos sido aperfeiçoados, então o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era criança, falava, pensava e raciocinava como criança. Mas quando me tornei homem, meus pensamentos se desenvolveram muito além dos pensamentos da minha infância, e deixei para trás as coisas de criança. De igual modo, agora só podemos ver e compreender em parte a respeito de Deus, como se estivéssemos observando o reflexo num espelho embaçado, mas o dia chegará quando o veremos integralmente, face a face. Tudo quanto sei agora é obscuro e confuso, mas depois conhecerei perfeitamente, assim como sou conhecido”.


e) “Pois, para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei” (v. 12): A Lei estabelecia sacrifícios que deveriam ser oferecidos quando alguém cometia pecados (Lv 4.1-7.10). O sacerdote oferecia os sacrifícios e fazia expiação pelo pecador, que tinha os pecados “perdoados”. Na verdade, estes sacrifícios afastavam a ira de Deus sobre o povo, mas não tornavam o povo perfeito. Antes, eram uma recordação constante de que a humanidade era pecadora, “porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (10.4,5).
Matthew Henry afirma: “Os sacrifícios da lei sendo oferecidos de ano em ano nunca poderiam tornar as quinas perfeitas, senão alcançariam o fim do oferecimento dos mesmos. Se pudessem satisfazer as demandas da justiça e fazer a reconciliação pela iniquidade, se pudessem purificar e pacificar a consciência, então eles teriam cessado de ser necessários, já que os ofertantes não teriam mais pecados sobrecarregando suas consequências. Mas esse não foi o caso; depois que um dia de expiação terminava o pecador novamente cairia em uma falta ou outra e então haveria necessidade de outro dia de expiação, e de um ano por ano, além das ministrações diárias”.


Então, aprouve a Deus nos reconciliar com ele e resolver de uma vez por todas o problema do pecado. Por isso, ele enviou Jesus Cristo, que entregou a si mesmo como sacrifício pelos nossos pecados. O sangue de Jesus é o sangue da nova aliança, derramado para a remissão de pecados (Mt 26.28).


Quando Cristo morreu, ele entrou no tabernáculo celestial (céu) levando seu sangue imaculado, que é muito superior ao sangue de bodes e novilhos e é capaz de nos dar a salvação eterna (Hb 9.12).
I Jo 1.9 diz que “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. Quando confessamos os nossos pecados, o sangue de Jesus nos purifica completamente e o Senhor nunca mais se lembra das nossas iniquidades.
O sangue de Jesus Cristo apaga os nossos pecados e nos torna santos. E mais: em Cristo, tornamo-nos livres da Lei do pecado e da morte; não mais estamos presos às velhas práticas pecaminosas (Rm 8.2). "As coisas velhas ficam para trás e tudo se faz novo" (II Co 5.17).

Conclusão


O Senhor viu que eram muitos os pecados do povo de Israel e de Judá e tomou a iniciativa de fazer uma nova aliança conosco.
Embora o homem pecasse tanto, o Senhor insistiu em querer nos atrair para ele e decidiu fazer uma nova aliança. Somente um Deus tão cheio de amor faria isso: “Há muito tempo o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí” (Jr 31.3).
Deus deseja ter relacionamento conosco, por isso graciosamente enviou seu filho Jesus Cristo, o qual derramou o seu sangue, inaugurando a nova aliança, que nos traz promessas superiores. Entregue-se a Jesus e tome posse das promessas da nova aliança.


PR. RENAN BRAGA

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