QUANDO DEUS OUVE O CLAMOR
Texto: 2 Cr 7:12-16 - Baixe aqui o arquivo
INTRODUÇÃO
Por ocasião da dedicação do Templo de Jerusalém, no reinado de Salomão, o Senhor fez uma promessa ao povo de Israel, também, aplicável à sua igreja de todas as épocas, inclusive a nós. Quando estivessem em dificuldades, enfrentando períodos de seca e esterilidade, bastaria dirigir um clamor ao Senhor que a resposta viria. Contudo, Deus estabeleceu algumas condições para que a sua bênção fosse derramada, como veremos a seguir.
Talvez você esteja em dificuldades, lutando contra uma enfermidade, vivendo a maior crise conjugal da sua vida, enfrentando um período de seca e esterilidade, desempregado, afundado em dívidas, mas hoje, Deus te trouxe aqui para que você saiba como levantar um clamor e ser ouvido pelo Senhor e ter a sua sorte mudada.
A primeira condição estabelecida pelo Senhor para que a bênção seja derramada foi:
I. A NECESSIDADE DE SE HUMILHAR E BUSCAR A DEUS.
"E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face(...)" (V.14)
A) Deus é grande, o homem é limitado.
"Só quem é humilde é capaz de se humilhar." O caminho da humildade passa pelo reconhecimento da infinita grandeza divina, seu imenso poder e sua glória suprema.
O Deus que fez o céu, a Terra e tudo o que nela há (Gn. 2.4). O Deus que faz do céu o seu trono e da Terra o escabelo, o estrado de seus pés (Is. 66.1). O Deus que mediu na concha de sua mão as águas do planeta e a medida dos céus aos palmos (Is. 40.12). O Deus que com seu poder sustenta todas as coisas (Hb. 1.3).
Ao refletir acerca da grandeza de Deus, Jó caiu em si, reconheceu a sua limitação, arrependeu-se e submeteu-se completamente ao propósito divino para sua vida (Jó 42.1-6).
Quando o homem tem consciência da sua pequenez, limitação e do quão indigno é diante de um Deus tão poderoso e santo, ele naturalmente se aproxima do Criador com humildade, porquanto sabe que é pó e que são as misericórdias do Senhor a causa dele estar de pé (Lm. 3.22).
B) A necessidade da humildade.
Deus afirmou que, no caso deles se afastarem do Senhor, o que provocaria seca, fome, pragas, etc., eles deveriam reconhecer seu erro e desobediência aos princípios de Deus e se humilharem. O mesmo acontece conosco todas as vezes que nos afastamos de
Deus, atraímos para nossa vida a seca, a fome, as pragas e as maldições. Esse cenário só é mudado quando reconhecemos o nosso pecado e nos humilhamos diante do Altíssimo.
Humilhar-se é submeter-se, sujeitar-se a alguém. No caso do homem com Deus, é reconhecê-lo como Deus, Senhor, Soberano, Criador, Todo-Poderoso e reconhecer-se como criatura pecadora, indigna de estar em sua presença e carente de sua misericórdia, graça e perdão. É com esse espírito humilde que o homem deve achegar-se a Deus e, assim, colocar diante dEle suas petições, a fim de ser ouvido em tempo oportuno. Entretanto, há uma promessa para aqueles que se humilham, eles serão exaltados. (Lc. 18:14)
C) A busca pela presença de Deus.
Após chegar à presença de Deus com humildade, a recomendação divina para a restauração de seu povo é orar, suplicar e buscar a face dEle. Essa busca envolve: voltar-se para o Senhor, buscando obter novamente a comunhão que fora quebrada, e colocar diante dEle o seu pecado (Sl. 32.5), os seus desejos (Sl. 38.9), as suas petições (Sl. 119.170), as suas ansiedades (1 Pe. 5.7).
Buscar a face de Deus não é apenas manter com Ele uma conversa amena, ou colocar nossos pedidos diante dEle. Buscar a face de Deus envolve um desejo intenso de conhecê-Lo, de estar familiarizado com sua voz e de conhecer a sua vontade. Isso demanda tempo e esforço do homem, pois muitas vezes será necessário abrir mão do conforto físico, de algum tempo de lazer e até mesmo dos próprios planos.
Porém, nada no mundo é mais valioso do que a presença de Deus na vida do homem e desfrutar da sua comunhão. Buscar a face do Senhor e anelar a sua presença e comunhão deve ser mais do que uma necessidade, mas um prazer para o cristão (Sl. 42.1,2; 84.1,2).
A segunda condição estabelecida pelo Senhor para que sua bênção fosse derramada foi:
II. A NECESSIDADE DE ARREPENDER-SE E CONVERTER-SE.
"(...) e se converter dos seus maus caminhos(...)" (V.14)
O apóstolo João fala em sua primeira carta que o crente ainda está sujeito a pecar (1 Jo. 1.8). Quem diz que não peca é mentiroso. Contudo, isso não é um convite ao pecado, mas o reconhecimento de que o homem é, por natureza, pecador, e que só estará livre para sempre do pecado no céu.
A) Arrependimento.
O arrependimento genuíno provém da tristeza por haver pecado, desagradado ao Senhor e entristecido o Espírito Santo (2 Co. 7.10).
Aquele que, de fato, se arrepende, confessa e abandona o erro. Não basta apenas reconhecer o erro, é imprescindível que se deixe o pecado, a fim de alcançar misericórdia (Pv. 28.13).
A recomendação de João é: “Não pequeis”. Todavia, para aquele que pecou, ainda existe solução: Jesus, o Advogado (I Jo. 2:1). Se você se arrepender sinceramente e suplicar-lhe perdão, Ele intercederá junto ao Pai, a fim de que você receba o perdão divino e seja reconciliado com Deus.
B) Conversão.
No dicionário Houaiss da língua Portuguesa, conversão é transformação, alteração de sentido ou direção.
Portanto, quando o Senhor requer que seu povo “se converta de seus maus caminhos”, Ele deseja mudança de rumo, transformação da linguagem, atitudes, vontades, pensamentos e sentimentos.
O apóstolo Paulo explica muito bem este processo na vida do homem convertido ao Senhor (Ef. 4.22-32; Cl. 3.1-11). Converter-se, na ótica bíblica, é, portanto, abandonar as práticas passadas, que não agradam a Deus, e viver uma vida que o satisfaça, pautada em sua Palavra. É uma vida completamente nova (2 Co. 5.17).
Quando nos humilhamos e buscamos a Deus e nos convertemos dos nossos maus caminhos, chamamos a atenção do Senhor e as recompensas vem.
III. AS RESPOSTAS DIVINAS.
1. “Ouvirei dos céus” (V.14).
A primeira recompensa pelas atitudes mencionadas acima é ter suas orações ouvidas e atendidas pelo Senhor. O nosso Deus responde às orações daqueles que o temem (Sl. 145.19). Para esses, o seu ouvido não está agravado, mas aberto (2 Cr. 7.15; Is. 59.1).
Jesus ensinou a respeito de um Pai amoroso que está sempre pronto a dar boas dádivas a seus filhos e incentivou seus discípulos a pedir e buscar a Deus, incessantemente, sem desfalecer (Lc. 11.9; 18.1-7), porque Deus ouve e vê até o que está em secreto (Mt. 6.6; Jo. 9.31).
Portanto, se você é um filho obediente ao seu Pai, esteja certo de que suas orações estão subindo diante dEle e logo serão respondidas. Aguarde e confie!
2. “Perdoarei os seus pecados” (V.14).
A segunda recompensa do Senhor é o perdão. Davi conhecia a longanimidade e misericórdia divinas, porquanto havia experimentado a graça do perdão divino.Por isso, escreveu que o Senhor está pronto a perdoar àqueles que o invocam (Sl. 86.5).
A Bíblia está repleta de exemplos do perdão de Deus, tanto para com seu povo Israel quanto para todos quantos lhe imploraram o perdão.Por várias vezes e para diversas pessoas, Jesus declarou: “Perdoados são os teus pecados” (Mt. 9.2; Lc. 7.48).
Através do nome de Cristo, Deus perdoa os nossos pecados (1 Jo. 2.12). Se você pecar contra Deus, creia que:
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo. 1.9).
Contudo, nunca devemos esquecer que recebemos o perdão de Deus na medida que liberamos perdão ao nosso irmão (Mt. 6:14-15).
3. “Sararei a sua terra” (V.14).
A terceira recompensa divina diz respeito ao nosso sustento. Deus não está preocupado apenas em salvar nossa alma e espírito, Ele sabe que necessitamos nos alimentar, vestir, morar, ou seja, de ter nossas necessidades básicas supridas.
No caso de Israel, sua sobrevivência dependia de chuvas que regassem a terra, que produzia o fruto para a alimentação do homem e dos animais pois tratava-se de uma nação agrícola onde a base de sua economia era a agricultura. Deus disse a Salomão que, se o povo abandonasse os seus maus caminhos, Ele tornaria a abençoar a terra, a fim de que o pão de cada dia fosse garantido ao povo.
Jesus ensinou que o Pai conhece as necessidades humanas de seus filhos e deseja supri-las (Mt. 6.31,32). O Senhor cuida daqueles que o amam e o obedecem. Além disso, há uma interpretação espiritual desta passagem. “Sarar a terra”, voltando a enviar chuvas, refere-se a uma renovação espiritual na nossa vida com o inundar do Espírito Santo (Jl. 2.28-32).
Ainda hoje, o Senhor faz brotar rios de água viva dentro de cada um que recebe o dom do Espírito (Jo. 7.37), que é o Espírito do próprio Deus dentro do homem. Essa corrente de águas vivas flui através da vida do crente e atinge os outros com a mensagem sanadora do Evangelho. Portanto, clame por essa promessa maravilhosa!
CONCLUSÃO
Portanto, Igreja de Cristo, humilhe-se, retorne ao Senhor, converta-se de seus maus caminhos, busque a presença divina continuamente, a fim de que o nosso Deus ouça o seu clamor e mude a sua sorte suprindo todas as suas necessidades em glória, por Cristo Jesus (Fp. 4.19).
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