A PARÁBOLA DA GRANDE CEIA


A PARÁBOLA DA GRANDE CEIA
 
Texto: Lucas 14.15-24 ARC   :: Baixe Aqui! ::
 
INTRODUÇÃO
 
A parábola da grande ceia traz uma lição espiritual de profundo significado evangelístico e escatológico. Ela evidência a primazia de Israel, sua ingratidão ao Senhor e a extensão do caráter universal da graça de Deus, ao propiciar o maravilhoso convite de salvação a todos os homens, e culminar com a Ceia nas Bodas do Cordeiro.
A Bíblia diz que Jesus "veio para o que era seu, e os seus não o receberam" (Jo 1.11 ARC). A rejeição de Israel beneficiou os gentios que foram alcançados com a mensagem do Evangelho. O significado escatológico é que Cristo em breve voltará e nos levará para as suas Bodas.
 
Jesus estava, em um dia de sábado, na casa de um dos principais fariseus, pois havia sido convidado para comer pão (Lc 14.1 ARC).
 
Um dos que estavam à mesa não se conteve, e disse a Jesus: “Bem-aventurado o que comer pão no reino de Deus” (Lc 14.15 ARC). De acordo com os estudiosos em costumes orientais, “comer pão” é uma expressão que significa participar de uma refeição. Foi então que o Mestre propôs essa parábola:
 
I - A GRANDE CEIA E OS MUITOS CONVIDADOS
 
Sem dúvida alguma, o homem que deu a grande ceia tipifica Deus (Lc 14.16 ARC). Os convidados, em primeira mão, eram os judeus. A grande ceia, na parábola, prefigura o banquete, a ser realizado nos céus, por ocasião das Bodas do Cordeiro. Dele participarão todos os que aceitaram o convite para a Salvação, em Cristo Jesus (Ap 19.9 ARA).
 
O dono da festa, “à hora da ceia”, mandou um servo de confiança dizer aos convidados que tudo estava preparado e eles já podiam vir ao banquete (Lc 14.17 ARC). Este servo, certamente, é uma forma genérica de representar todo e qualquer mensageiro, enviado por Deus. Em Mateus 22.2-4 ARC, encontramos que “um certo rei” que enviou “seus servos” a chamar os convidados e eles rejeitaram o convite.
 
Entre os orientais, um convite só era aceito, se fosse formulado duas vezes. Um, antes da festa, que exigia a confirmação de que fora aceito. O outro, quando tudo estivesse pronto, “à hora da ceia”.
 
II - O PRIMEIRO CONVITE
 
Na verdade, o primeiro convite foi feito duas vezes a Israel. Um, pelos profetas e outro, pelo próprio Jesus. Todavia, os convidados à uma rejeitaram o honroso convite. Nada justificava a ausência deles, ainda mais com desculpas sem sentido que evidenciava que eles estavam mais preocupados com as suas coisas, com os seus interesses pessoais do que com aquele jantar. Vejamos as suas justificativas:
 
a) “Comprei um campo e preciso ir vê-lo (...)” (Lc 14.18 ARC): Àquela hora, tal desculpa era um insulto; uma falta grave não comparecer à festa. A comida já estava à mesa. Naquela época, ninguém comprava um campo “sem conhecer cada metro quadrado dele como a palma da sua mão”. Além disso, a ceia era oferecida ao escurecer do dia. Não justificava alguém ir olhar um campo de noite. Esse convidado tipifica aqueles que, ao ouvirem o Evangelho, rejeitam o convite pois estão preocupados com as coisas materiais. Essas pessoas dão mais valor aos bens materiais do que ao Senhor Jesus. São semelhantes ao jovem rico (Mt 19.16-22 ARA). Adquirir posses e riquezas é o alvo de suas vidas ‭(‭Pv‬ ‭23.4-5‬ ‭ARA‬‬).
 
b) “Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-los (...)” (Lc 14.19 ARC): Outra desculpa ridícula. No Oriente Médio, se alguém comprava bois, examinava-os primeiro, antes de fechar o negócio, observava se os animais aravam com os outros. E isso era feito à luz do dia. No caso, o convidado disse que já tinha comprado. Além disso, como já mencionei, a ceia era ao anoitecer e ninguém ia experimentar uma junta de bois àquela hora. Nota-se facilmente que o convidado dava mais valor aos bovinos do que ao convite do dono da festa. Ele representa os que estão tão envolvidos com suas ocupações, com o seu trabalho, que não sobra tempo para Deus, para cuidar das coisas espirituais. Devotam ao trabalho o primeiro lugar na sua escala de valores. A ele dedicam todo o seu tempo, todo o seu vigor, todo o seu talento. Como isso é trágico!
 
c) “Casei e, portanto, não posso ir” (Lc 14.20 ARC): O que deu essa desculpa já tinha recebido o convite e, certamente, confirmado sua participação, como era o costume, e nem sequer pediu para ser liberado. Casar não é errado. É da vontade de Deus. Entretanto, quem ama mais o cônjuge do que a Cristo, não digno dele (Mt 10.37 ARA). Esse convidado representa aquelas pessoas que colocam a família, as preocupações e as responsabilidades domésticas acima de Deus.
 
III - O SEGUNDO CONVITE
 
O dono da festa, o anfitrião, indignado com a recusa dos primeiros convidados, mandou que o servo saísse depressa e convidasse os indesejáveis da sociedade: os pobres, os aleijados, os mancos e os cegos (Lc 14.21 ARC). Espiritualmente, quem seriam eles? Os gentios, considerado os deserdados das riquezas de Deus. Entretanto, na sua graça abrangente, o Senhor convidou os que eram estranhos às alianças da promessas, os gentios.
 
IV - O ÚLTIMO CONVITE
 
O servo da parábola, obediente, sai pelas ruas e bairros da cidade e convida os indesejáveis e volta ao seu Senhor trazendo a notícia que fez como ordenado, mais ainda há lugar (Lc 14.22-24 ARC). É uma figura espiritual da grandeza do reino de Deus. Por mais que se pregue o Evangelho, enquanto a porta não se fechar, sempre haverá lugar para um pecador arrependido que atenda ao convite de Jesus. Ele disse: “Vinde a mim, todos (...)” (Mt 11.28 ARC).
 
Como a casa não ficou cheia, o dono da festa ordenou que fosse levado um terceiro e último convite aos que estavam pelos “caminhos e atalhos”, desejoso de que viessem mais pessoas à ceia (Lc 14.23 ARC). Vemos uma figura do favor de Deus e do seu imensurável amor para com os perdidos. Pelos caminhos e atalhos estão os mais miseráveis do mundo, os piores pecadores. A Igreja de Jesus deve levar o Evangelho aos bêbados, drogados, prostitutas, homossexuais, meninos de rua, lembrando que tais pessoas podem estar tanto na periferia das cidades, como nas escolas, nas universidades ou nos palacetes. Este convite é o da última hora, antes da vinda de Jesus. Na realidade, hoje, a igreja tem de “forçar” as pessoas a ouvirem o Evangelho, nas ruas, praças, nas casas, no rádio..., para incomodar os ímpios com a mensagem da salvação. Deus nos ajude nesta contribuição, para que a Casa do Senhor esteja cheia de convidados, na realização das Bodas do Cordeiro.
 
CONCLUSÃO
 
Essa parábola nos ensina que o banquete da salvação fechará suas portas aos que fecharam o coração ao convite da graça (Lc 14.24 ARC).
 
Deus nos convida para sua festa com a esperança de receber uma resposta positiva de nossa parte.
 
PR. CÉSAR BRAGA
 

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