PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS
Texto: Mt 25:1-13 >> BAIXE AQUI! <<
Introdução
Nos capítulos 24 e 25 do Evangelho de Mateus, Jesus
profere um sermão profético e escatológico sobre o fim de todas as coisas.
O capítulo 24 começa relatando que Jesus ao sair do
Templo foi para o Monte das Oliveiras e estando sentado os discípulos perguntam:
"Dize-nos quando vai ser isso, qual é o sinal da tua vinda e do fim desta
época".
Então o Mestre responde utilizando algumas parábolas
para descrever como será nos últimos dias, o principio das dores, a grande
tribulação, a vinda de Cristo em glória.
No capítulo 25, Jesus conta uma parábola afirmando
que o Reino dos Céus é semelhante a dez virgens que, tomando suas lâmpadas,
saíram ao encontro do noivo, mas cinco eram loucas e cinco prudentes. As
insensatas ao pegarem suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as
prudentes levaram vasos de azeite com suas lâmpadas. O noivo tarda em vir e
todas elas acabam cochilando e dormindo. Quando era meia-noite, ouviu-se um
grito: "O noivo vem aí! Saí ao seu encontro!"
Para entendermos essa parábola precisamos ter noção
de como era o casamento judaico.
I - O Casamento Judaico
Quando um jovem judeu, nos tempos de Jesus,
encontrava a mulher que ele (ou o seu pai) queria como esposa, eles iam a casa
da moça com uma "Proposta de Contrato de Matrimônio", que era um acordo legal,
onde constava os termos daquele casamento. Lembram que quem escolheu a esposa de
Isaque foi o servo chefe da casa de Abraão chamado Eliezer, a mando de seu pai
(Gn 24:1-4).
A cláusula mais importante do contrato era "o dote",
ou seja, o valor que o rapaz estava disposto a pagar para desposar aquela noiva.
Vale ressaltar que esse valor não era “qualquer valor” modesto e barato. Ele
expressaria a importância e o benefício que aquele item, “a noiva”, teria para o
noivo e poderia ser pago em jóias, camelos, dinheiro ou prestação de serviço,
como fez Jacó que trabalhou sete anos por Raquel (Gn 29:18).
Tão logo o noivo pagasse o dote, o casamento estava
juridicamente selado, o que significava que a esposa era agora propriedade do
marido, e ele não abria mão dela para nenhum outro pretendente. Então os noivos
bebiam junto o cálice de vinho, simbolizando o estabelecimento do acordo. O
noivo fazia um breve discurso à sua noiva dizendo: “Eu vou preparar lugar para
você”, então ele retornava à casa de seu pai.
A partir deste momento, eles eram considerados
casados, mas ainda sem vida a dois em comum. O casal se mantinha distantes
intimamente um do outro até o casamento. O homem nessa situação, já ficava
isento do serviço militar (Dt 20:7). Maria e José estavam na fase do desposório,
que era o noivado, quando ela achou-se grávida do Espírito Santo. Por isso José
quis fugir para não envergonhá-la. Pois eles jamais poderiam explicar aquela
situação vexatória.
O noivo tinha que construir para a noiva uma câmara
de núpcias, isto é, uma pequena suíte, onde eles passariam sua futura lua de
mel. Ele deveria edificar um aposento separado da casa de seu pai, a suíte
nupcial que deveria ser linda, haja visto que ninguém passa a lua de mel em
“qualquer lugar”, e lá deveria haver provisões estocadas, pois a noiva e o noivo
permaneceriam sete dias ali dentro. Esse projeto de construção demorava em média
um ano, e o pai do noivo seria o juiz sobre quando a obra estaria terminada. Se
fosse atribuído ao noivo, ele faria qualquer coisa e logo iria correndo buscar a
noiva.
Por sua vez a noiva, teria que gastar o tempo de
espera preparando o seu enxoval. A tradição mandava que ela deveria ter consigo
uma lâmpada e azeite, caso o noivo chegasse altas horas da noite, estando pronta
para viajar a qualquer momento. Durante esse período de espera, ela deveria usar
um véu, sempre que saísse de casa, para que os outros jovens soubessem que ela
já estava comprometida. Todas as moças que estavam noivas eram conhecidas como
“consagradas” ou “separadas”. A Bíblia diz que "(...) Cristo amou a igreja, e a
si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da
água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula,
nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível" (Ef 5:25-27).
As vezes o noivo se ausentava por um longo período,
mas obviamente ele voltaria em busca da sua noiva por quem havia pago um alto
preço. Jesus é o noivo e a Igreja é a sua noiva. O preço que Jesus pagou pela
sua noiva foi o seu próprio sangue, ou seja, Ele deu a sua vida pela
Igreja.
No decorrer do ano, a noiva deveria convocar suas
irmãs e suas melhores amigas, que participariam das bodas, para estarem
preparadas para a chegada do noivo com suas lâmpadas prontas e cheia de
azeite!
Finalmente, quando a câmara nupcial estava
concluída, o noivo convocava seus jovens amigos para acompanhá-lo na jornada em
busca da amada noiva. Chegou o grande dia. O noivo está preparado vestido com a
melhor roupa e com uma coroa na sua cabeça. A noiva neste dia é chamada de
rainha e o noivo, de rei. Ele e seus amigos partiriam à noite com o intuito de
surpreender a noiva. Essa era a parte romântica, todas as noivas judias eram
“roubadas”. Que alegria para ela ser tomada durante à noite, não por um
estranho, mas pelo homem que tanto a amou a ponto de pagar um alto preço para
tê-la. O casamento judeu é a maior figura do arrebatamento da Igreja, que será
"roubada" pelo noivo Jesus Cristo.
Na casa da noiva tudo deveria estar pronto, a
lâmpada com óleo, o vestido e o véu à mão, pois o noivo chegaria à meia-noite,
enquanto ela dormia. Ele não poderia simplesmente arrancá-la de casa dormindo.
Na verdade, quando a turma de jovens amigos do Noivo se aproximava da casa dela,
eles eram obrigados a dar a ela um sinal. Alguém naquela turma deveria dar um
grito: "Eis o noivo! Saí ao seu encontro!" Quando ela ouvisse aquele grito,
saberia que seu Noivo chegaria em mais alguns momentos. Só daria tempo para
acender sua lâmpada, tomar seu enxoval, e sair com ele. Suas irmãs e suas
amigas, que quisessem assistir às bodas, também tinham que estar com suas
lamparinas prontas. Ninguém poderia andar pela noite escura, no terreno rochoso
de Israel, sem carregar uma lâmpada!
A festa de casamento durava 7 dias (Jz 14:17).
Durante a festa era servido comida e vinho. Quanto maior a fartura, mais
abençoado se considerava o casal. Na festa o elemento essencial que não podia
faltar era o vinho, símbolo da alegria.
A lua de mel durava 1 ano. "Quando um homem for
recém-casado não sairá à guerra, nem se lhe imporá encargo algum; por um ano
inteiro ficará livre na sua casa para alegrar a mulher que tomou." (Dt
24:5)
Esse é o contexto da parábola. Podemos notar que
Jesus não usa a figura da noiva, e sim, a imagem das virgens que seriam as
amigas da noiva, e que também estavam à espera do noivo. Todas deveriam estar
prontas para a chegada do noivo. É isso que o Mestre ressalta ao contar esta
parábola.
II - Entendendo a Parábola
O Noivo: Como já mencionei acima é Cristo. Sua
chegada representa a sua segunda vinda à terra, o arrebatamento da Igreja e as
bodas do Cordeiro: "Regozijemo-nos e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque
vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou" (Ap 19:7).
Virgens: Representam a igreja: "Porque estou zeloso
de vós, com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como
virgem pura a um marido, a saber, a Cristo" (2 Co 11:3).
Lâmpadas: Representam a vida, o espírito humano: “Na
sua tenda a luz se escurece; a lâmpada de sua vida se apaga” (Jó 18:6). “O
espírito do homem é a lâmpada do Senhor, e vasculha cada parte do seu ser” (Pv
20:27).
O Azeite: É símbolo do Espírito Santo, da unção, da
presença do Senhor que mantêm acessa a lâmpada: "Tu, pois, ordenarás aos filhos
de Israel que te tragam azeite puro de oliveira, batido, para o candeeiro, para
fazer arder as lâmpadas continuamente" (Ex 27:20).
Virgens Loucas: Ao partirem ao encontro do noivo,
elas carregavam lâmpadas acesas. Com a demora do noivo, suas lâmpadas apagaram
(V.8). Não tiveram suprimento suficiente de azeite para evitar a "morte" da
lâmpada. Esse grupo de virgens, representa, os que dizem seguir a Cristo, porém,
não o obedecem: "E aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica,
compará-lo-ei ao homem louco (...)" (Mt 7:26). Numa linguagem figurada, essas
virgens usavam aliança de noivado, porém, traíam o noivo. Não mantinham um
relacionamento fiel e verdadeiro com o seu noivo. Começaram com azeite, mas, não
se esforçaram em mantê-lo até o casamento.
"Dai-nos do vosso azeite, porque nossas lâmpadas
estão se apagando" (V.8). As prudentes, se negaram a dividir o azeite: "Vão
comprar" (V.9). A negação das prudentes tem um significado muito importante:
"Ninguém vai pro céu com azeite alheio pois a salvação é individual." A Bíblia
diz que: "Cada um dará conta de si mesmo a Deus" (Rm 14:12).
As virgens prudentes trabalharam diligentemente para
se suprirem e estavam prontas para o casamento. As loucas, queriam a festa, não
o esforço. Se acomodaram.
"E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo.
Senhor, Senhor, abre-nos a porta. Não vos conheço" (Vs.10-12). Quando Jesus
disse: "Buscai, pois, em primeiro lugar o seu Reino (...)" (Mt 6:33), essa busca
deve ser diária. O distanciamento de Deus leva ao pecado, que "apaga a nossa
luz".
Virgens Prudentes: "Todo aquele, pois, que ouve
estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente (...)" (Mt
7:24). As virgens prudentes representam aqueles que obedecem o Senhor. Por isso,
tinham azeite suficiente para uma possível demora do noivo. Imagino-as,
carregando um frasco, bem protegido, em uma bolsa a tiracolo, para não perder
nem quebrar.
Estavam mais interessadas em encontrar o noivo, não
em agradar suas colegas loucas. Negaram azeite para elas. Se nós, nos importamos
em fazer apenas a vontade dos homens, estaremos desagradando a Deus. "Não seja o
caso que nos falte a nós e a vós" (V.9). Elas escolheram agradar a Cristo.
Alguém já lhe propôs dividir o azeite? Se todas as prudentes dividissem o azeite
com as loucas, em pouco tempo todas estariam no escuro. Todas estariam fora das
bodas. Dividir azeite, aqui, significa fazer a vontade do mundo.
Precisamos escolher em que grupo queremos estar, no
das loucas ou no das prudentes. Se nos acomodarmos ao pouco azeite e não
buscarmos abastecimento constante, morreremos. Nós sabemos quando estamos ou
não, supridos de azeite. As virgens loucas, sabiam. Resolveram arriscar.
Adquiramos nosso próprio azeite através de uma vida de arrependimento,
confissão, obediência e comunhão com Deus. Assim, a nossa luz não se
apagará.
Conclusão
Por fim, é na vigilância que se encontra o segredo
para a consolidação do casamento: "Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a
hora em que o Filho do Homem há de vir" (Mt 25:13).
PR. CÉSAR BRAGA
Muito boa esta explicação para quem não sabe como era os costumes daquela época. Isto nos ajuda a entender melhor a parábola.
ResponderExcluirBom dia 🌻 p todos meus amados irmãos ❤️ q esclarecimento maravilhoso 👏👏 vou ensaiar esta peça das dez Virgem... obrigada por
ResponderExcluirBoa noite eu gostei muito de estudar esta parabóla que me edificou muito.
ResponderExcluirMuito bom o estudo, me ajudou muito Deus te abençoe sempre
ResponderExcluirQue estudo maravilhoso!
ResponderExcluirParabéns!!!
Gostei da explicação da parábola
ResponderExcluirMaravilhoso estudo, bastante esclarecedor
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