A FESTA DOS TABERNÁCULOS


A FESTA DOS TABERNÁCULOS (Sucôt ou Cabanas)
Texto: Lv 23:33-43      >>BAIXE AQUI!<<



“Disse mais o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo será a Festa dos Tabernáculos ao Senhor, por sete dias. Ao primeiro dia haverá santa convocação: nenhuma obra servil fareis. Sete dias oferecereis oferta queimada ao Senhor; no oitavo dia tereis santa convocação, e oferecereis ofertas queimadas ao Senhor; é reunião solene, nenhuma obra servil fareis.
São estas as festas fixas do Senhor, que proclamareis para santas convocações, para oferecer ao Senhor oferta queimada, holocausto e oferta de manjares, sacrifícios e libações, cada qual em seu dia próprio; além dos sábados do Senhor, e das vossas dádivas, e de todos os vossos votos, e de todas as vossas ofertas voluntárias que dareis ao Senhor.
Porém aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido os produtos da terra, celebrareis a festa do Senhor por sete dias; ao primeiro dia, e também ao oitavo, haverá descanso solene. No primeiro dia tomareis para vós outros fruto de árvores formosas, ramos de palmeira, ramos de árvores frondosas, e salgueiros de ribeiras; e, por sete dias, vos alegrareis perante o Senhor, vosso Deus. Celebrareis esta como festa ao Senhor por sete dias cada ano; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações; no mês sétimo a celebrareis. Sete dias habitareis em tendas de ramos; todos os naturais em Israel habitarão em tendas; para que saibam que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egito: Eu sou o Senhor vosso Deus”.


Introdução


O Senhor nos alerta em Oséias 4:6 “O meu povo está sendo destruído porque lhe falta o conhecimento.” E na parte final do versículo 14'b' Ele acrescenta "(...) o povo que não tem entendimento será transtornado." Muitas vezes deixamos de usufruir das bênçãos de Deus por não conhecê-las.


Ao servirmos e adorarmos o Senhor, não devemos fazê-lo por mero ritual, mecanicamente, sem compreendermos o significado do que estamos fazendo, pois nada do que Deus ordenou foi “por acaso”. O Senhor não é um Deus “de acasos”, Ele revelou ser um Deus de propósitos, de planos, com objetivos bem definidos.


Vamos descobrir os propósitos do Senhor por detrás da Festa dos Tabernáculos.


Dentre as três grandes festas ordenadas por Deus, a Festa dos Tabernáculos é a de maior significado profético para nós cristãos. É comemorada no décimo-quinto dia do mês de Tishri, duas semanas após "Rosh Hashanah" (Ano Novo Judaico) e, usualmente, cai final de Setembro ou princípio de Outubro. A estação festiva que acontecia no sétimo mês abrangia a Festa das Trombetas, o Dia da Purificação e a Festa dos Tabernáculos propriamente dita.


1 – SIGNIFICADO HISTÓRICO


A Festa dos Tabernáculos ou Festa da Colheita era originalmente uma festa agrícola, assim como a Páscoa e Pentecostes. Apesar disso Deus lhe atribui um significado histórico: o Senhor queria que Seu povo soubessem, ao longo das gerações, que Ele com mão forte os tirou do Egito e os sustentou durante o tempo de peregrinação no deserto (Lv 23:43).


A palavra “tabernáculo” origina-se da palavra latina “tabernaculum” que significa “uma cabana, uma tenda, um abrigo temporário”. No original hebraico a palavra equivalente é Sucá (singular), cujo plural é Sucot.


A Festa dos Tabernáculos durava uma semana e durante este período eles habitavam em tendas construídas com ramos de árvores frondosas, ramos de palmeiras e salgueiros de ribeiras. A fragilidade das tendas que o povo construía era uma lembrança da fragilidade do povo quando peregrinava os 40 anos no deserto a caminho da Terra Prometida.


Nesta festa também conhecida como Festa da Colheita, em decorrência da época em que ela era comemorada logo depois da colheita dos cereais e das uvas, havia muita celebração, alegria e agradecimento pela provisão de Deus, seu cuidado e sustento. Por isso mesmo o povo trazia os primeiros frutos da colheita da estação ao Templo, onde uma parte era apresentada como oferta ao Senhor e o restante era usado pelas famílias dos sacerdotes. Somente após essa obrigação ser cumprida era permitido usar a colheita da estação como alimento. Ninguém deveria chegar de mãos vazias na presença do Senhor (Ex 23:15).


Deus estabeleceu a celebração dessa festa como “estatuto perpétuo pelas vossas gerações” (Lv 23:41).


A Bíblia se refere a nós como “tabernáculo de Deus”, como "templo do Espírito Santo" (I Co 3:16, 6:19). Por isso quando nós, cristãos de hoje, celebramos a Festa dos Tabernáculos, estamos celebrando a própria presença de Deus em nossas vidas!


A ordenança de Deus para que o povo habitasse em tendas traz conotações de caráter moral, social, histórico e espiritual. A Sucá (cabana, tenda) então, passa a ter um significado muito especial para nós. Podemos traçar um paralelo entre o material e o espiritual. Ela nos faz vários chamados que veremos em seguida:


1) Era modesta e simples, sem adornos ou enfeites, feita de folhas de árvores: um apelo contra a vaidade e o apego as coisas materiais deste mundo, visto que desta vida nada levaremos. “Pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos” ‭(‭1 Tm ‭6:7-8‬).


2) Era frágil, instável e precária: um chamado à dependência de Deus, pois somente Ele pode nos sustentar e nos manter em pé. “Quanto a mim, sou pobre e necessitado, mas o Senhor cuida de mim. Tu és o meu socorro e o meu libertador; meu Deus, não te demores!” ‭(‭Sl ‭40:17‬) Os rabinos falam da Sucá como um símbolo de proteção divina. Em momentos de aflição pedimos ao Todo-Poderoso que nos “abrigue em sua tenda” (Sl 27:5).


3) Era sem compartimentos ou divisões: Por ser pequena e sem divisórias, a Sucá obriga seus moradores a se aproximarem, física e afetivamente, o que denota uma chamada para a unidade e um apelo a compartilhar com outras pessoas menos privilegiadas aquilo que o Senhor nos tem dado inspirando a comunhão. "E, na tua festa, alegrar-te-ás, tu, e teu filho, e tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita, e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas." (Dt 16:14).


4) Era montada por todas as famílias, do maior até o menor: Mesmo o mais importante dos homens deveria habitar na Sucá por 7 dias, uma habitação primitiva e modesta, junto com outras pessoas. Um chamado à humildade porque diante do Senhor somos todos iguais, somos corpo de Cristo, tendo todos exatamente a mesma importância para Deus e para o reino.


5) Era temporária, improvisada e se deteriorava rapidamente: Numa alusão a brevidade da nossa existência humana. “Deste aos meus dias o comprimento de um palmo; a duração da minha vida é nada diante de ti. De fato, o homem não passa de um sopro” (Sl 39:5). Reforça, também, o sentimento de que estamos aqui de passagem pois somos peregrinos e forasteiros nesta terra. Nossa verdadeira pátria não é terrena, mas espiritual e celestial (Hb 11:13-16). Somos convocados à colocar o nosso coração nas coisas eternas. "Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas." (2 Co 4:18).


6) Era montada onde Deus mandasse (Dt 16:11): um chamado a um posicionamento de acordo com a vontade de Deus expressa na sua Palavra.


7) Eram dadas ao Senhor as primícias da colheita: uma convocação a entregarmos o melhor da nossa vida a Deus, dons, talentos, tempo, bens... e fazer do Senhor o compromisso mais importante da nossa agenda. "Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento." (Mc 12:30)


2 – O SIGNIFICADO PROFÉTICO


Enquanto no Velho Testamento a Festa dos Tabernáculos apontava para a Primeira vinda de Jesus que se cumpriu conforme vemos em João 1:14 “E o Verbo se fez carne e habitou (no original “tabernaculou”, fez morada, habitou) entre nós (...)”; no Novo Testamento, essa Festa aponta para a Segunda vinda de Cristo (Ap 21:3), quando Ele virá com poder e glória e grande majestade e todo o olho O verá (Ap 1:7) para estabelecer Seu reino eterno.


Zacarias 14:16 também nos fala desta Festa durante o reino milenar de Cristo. "E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos." Os versículos 18 e 19 tornam a mencionar a Festa, dando assim a medida da importância que essa Festa terá durante o Reino do Messias.


Quando celebramos esta Festa também dizemos: “Maranata, ora vem Senhor Jesus! Baruch Haba B`shem Adonai – Bendito O que vem em nome do Senhor!" Temos, portanto, um chamado à uma vida de santidade e arrependimento, porque o noivo já está às portas (Mt 24:33) e o machado já está posto a raiz (Lc 3:9).


Conclusão



A Festa dos Tabernáculos é uma festa de gratidão ao nosso Deus por tudo o que Ele é e tem feito em nossas vidas…muito mais do que pedimos ou pensamos ou merecemos…com certeza!


Certa vez, enquanto essa Festa era realizada em Jerusalém, Jesus se levantou e disse: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7:37-38) Jesus queria dizer que assim como a água mata a nossa sede, Ele é a água que mata a nossa sede de Deus, através dele conhecemos Deus.


Jesus, os seus discípulos e a igreja primitiva participavam da Festa de Tabernáculos e demais festas bíblicas que tinham tudo a ver com Ele e a sua Igreja. Anos mais tarde a Igreja de Roma mudou, substituiu e deturpou as festas bíblicas, mas esta é outra longa história. O que nos interessa é retornarmos para Bíblia.


HAG SAMEACH SUKOT! 
(FELIZ FESTA DOS TABERNÁCULOS!)


PR. CÉSAR BRAGA

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