QUANDO A OMISSÃO SE TORNA PECADO


QUANDO A OMISSÃO SE TORNA PECADO

Texto: I Sm 2:12-17    >> BAIXE AQUI! <<


Introdução


Existem quatro maneiras do homem pecar: por palavra, por pensamento, por atitude e por omissão. Hoje desejo falar sobre o pecado por omissão.


A palavra omissão significa deixar de fazer ou de dizer algo; falta de ação no cumprimento de um dever. Dessa forma, pecamos por omissão quando nos abstemos de fazer ou de dizer aquilo que deveríamos, isto é, lavamos as nossas mãos como fez Pilatos (Mt 27:24).


O Apóstolo Tiago nos diz em sua carta: “Portanto, pensem nisto: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz comete pecado.” ‭(‭Tg ‭4:17‬) Isso é uma advertência muito séria. Inúmeras vezes, somos reprovados diante de Deus tão somente porque deixamos de fazer o bem, aquilo que é correto, deixamos de nos posicionar, não tomamos partido, não fazemos nada simplesmente nos omitimos.


O Senhor nos levantou como atalaias/sentinelas na nossa Geração e seremos cobrados se não cumprirmos a missão que Ele nos deu. Deus falou ao profeta Ezequiel quais eram os deveres do atalaia, aquilo que seria cobrado dele (Ez 33:7-9). Talvez você esteja vendo alguém caminhando para destruição - no seu trabalho, na sua vizinhança, na sua família - e não faz nada. Há um ditado popular que diz o seguinte: "Pela falta de um grito, se perde uma boiada." Deus vai te cobrar por sua omissão.


​Em I Sm 2, encontramos a história de um sacerdote chamado Eli. Ele era um líder que guiou o povo de Israel durante quarenta anos. Não vivia em adultério nem roubava as ofertas do templo. Era um homem pacífico, um homem de bem, que todavia, terminou seus dias em tragédia. Eli foi um bom homem que fracassou. Em que ele fracassou? No cuidado com a sua casa, com a sua família. O sacerdote foi omisso com os seus filhos.


Neste mesmo capítulo lemos a respeito do comportamento dos filhos de Eli, que não respeitavam o Senhor pois haviam perdido o temor a Ele. Temer a Deus não é ter medo pois isso nos afastaria dele, temê-lo é respeitá-lo, é reverenciá-lo, é obedecê-lo.


​“Eli, já bem idoso, ficou sabendo de tudo o que seus filhos faziam a todo o Israel e que eles se deitavam com as mulheres que serviam junto à entrada da Tenda do Encontro. Por isso lhes perguntou: Por que vocês fazem estas coisas? De todo o povo ouço a respeito do mal que vocês fazem.” (I Sm 2:22-23)


​Ao que tudo indica, quando Eli tomou conhecimento dos atos pecaminosos de seus filhos, em vez de repreendê-los com rigor, com força, com rigidez, deu-lhes apenas “um tapinha na mão” como costumamos falar. Observe o que ele falou: “Não, meus filhos; não é bom o que escuto se espalhando no meio do povo do Senhor.” (I Sm 2:24)


Quantos pais estão vendo o mal se infiltrando dentro da sua casa, na vida dos seus filhos e não esboçam nenhuma atitude. Vê o filho chegando em casa com objetos novos... Observa o filho agressivo e se isolando de todo mundo... Nota o filho com uns trejeitos esquisitos. Parta pra cima, descubra o que está acontecendo, não se omita!


Um dos requisitos exigidos pelo Senhor para quem almeja ser líder na Igreja de Deus é que governe bem a sua casa tendo os seus filhos em sujeição (I Tm 3:4). Se perdermos a nossa família, perdemos o respaldo. Como vamos cuidar dos outros se não damos conta nem dos nossos filhos?


Nossas boas intenções não vão nos justificar diante de Deus se formos omissos e irresponsáveis com aquilo que o Senhor nos confiou. O Senhor te confiou uma família, discípulos... Cuide do que Ele te entregou.


Atitudes levianas e superficiais para com o pecado sempre produzem conversões superficiais. Se não compreendermos quão horrível é o pecado, e que é uma ofensa contra o Deus justo e santo, sentiremos pouca necessidade de uma mudança de coração, de uma mudança de atitude/postura.


​Diante da branda repreensão de Eli, seus filhos não lhe deram ouvidos. Seus corações já estavam endurecidos e suas mentes cauterizadas pelo pecado. "(...) Seus filhos, contudo, não deram atenção à repreensão de seu pai (...)" (I Sm 2:25)


​Embora Eli tivesse boas intenções, ele foi omisso em tratar o pecado na vida de seus filhos. Ele não teve força moral para lidar de maneira severa com a impiedade de seus filhos. Eli tinha o manto sacerdotal e o chamado para guiar Israel, porém, cometeu três erros graves em seu ministério que tornou-se sua ruína.


​ Por sua fraqueza e omissão ele incorreu nestes erros que tiveram um forte impacto na eficácia de sua liderança, não somente sobre seus filhos, mas também sobre a Nação de Israel. Estes erros são capazes de abalar a liderança de qualquer pessoa que se recuse a tratar com rigor a impureza na vida de seus liderados. Precisamos evitar estes erros a qualquer preço.


O primeiro erro cometido pelo sacerdote foi:


1. Ele era tolerante demais.


Eli permitiu que pessoas em pecado assumissem posições de liderança em seu ministério. Hofni e Finéias, filhos do sacerdote, estavam servindo no templo e, no entanto, mantinham relações sexuais na entrada da Tenda do Encontro. Eles praticavam à imoralidade sexual no lugar onde as pessoas iam ouvir o Senhor. (I Sm 2:22) Com seu mal exemplo, os filhos de Eli levavam o povo a tropeçar quebrando sua aliança com Deus. Suas consciências estavam tão cauterizadas que cometiam fornicação à vista de Deus e do seu povo! O Senhor é misericordioso e sempre nos dá um tempo para nos arrependermos antes de nos corrigir. O erro de Eli foi ter tolerado isso. Há um momento em que o líder precisa exercer a correção.


O segundo erro cometido pelo sacerdote foi:


2. Ele era tímido demais.


A timidez nos leva à inibição diante de situações novas ou de pessoas que não conhecemos bem. Ela gera a falta de confiança e de segurança em nós mesmos e nos outros; produz o receio de errar ou falhar. Nos faz temerosos.


A Escritura diz que Eli era “bem idoso” (I Sm 2:22). Precisamos tomar cuidado com os pecados da velhice. Talvez Eli tenha pensado que estava velho e cansado demais para repreender seus filhos ímpios de forma enérgica. É possível que seus filhos o tratassem de modo agressivo.


A idade realmente traz fraqueza física, mas não precisa trazer fraqueza espiritual de maneira que nos calemos diante daquilo que é errado.


​Ao enfrentar esta situação de forma temerosa, Eli revelou sua própria falta de maturidade espiritual. Como é trágico ver um homem de Deus falhando de forma tão lamentável no final de sua vida, simplesmente por ter permitido que sua debilidade física o desqualificasse para o santo ministério. Nossa timidez de caráter não pode nos levar a uma atitude de omissão diante do pecado.


O terceiro erro cometido pelo sacerdote foi:


3. Ele demorou demais.


Quando Eli finalmente se deu ao trabalho de repreender seus filhos, estes não lhe deram ouvidos. Era tarde demais para tentar corrigir a impiedade de seus filhos. Talvez Eli pensasse que por serem filhos de um sacerdote e por terem crescido no templo, seus filhos serviam a Deus fielmente. Sem dúvida, a falha de Eli foi não ter exigido obediência quando estes ainda eram crianças. É provável que muito antes de se tornarem sacerdotes eles já haviam começado a escandalizar a nação com sua maldade. O pecado dos filhos de Eli era tão grande que as Escrituras nos dizem que o Senhor já havia decidido matá-los. (I Sm 2:25)


Conclusão


Qual o meu papel no corpo de Cristo, na Igreja? Fui chamado por Deus para ser discípulo, líder, Pastor? De que maneira estou desempenhando o meu papel? Podemos desempenhar três tipos de papéis no Reino de Deus:


• Papel Destrutivo – Os filhos de Eli. Não valorizavam o sacerdócio, quebraram a sua aliança com Deus prostituindo-se e roubando e, levaram o povo a tropeçar.
• Papel Passivo – O sacerdote Eli. Omitiu-se ante as obras más de seus filhos.
• Papel Ativo – Samuel. Não se deixou contaminar condenando o pecado de Eli e de seus filhos deixando-se ser usado por Deus.


Qual destes três papéis você têm desempenhado no Reino? Um papel destrutivo, passivo ou ativo. Avalie a sua vida? Deus quer que você exerça um papel ativo.


“Pois eu lhe disse que julgaria sua família para sempre, por causa do pecado dos seus filhos, do qual ele tinha consciência; seus filhos se fizeram desprezíveis, e ele não os puniu.” ‭(‭1 Sm ‭3:13‬)


PR. CÉSAR BRAGA

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